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Projeto / Carro Alegórico

*O que é um carro alegórico?
As escolas para desenvolverem as temáticas propostas (enredos) devem apresentar as chamadas alegorias, que nada mais são do que cenários ambulantes, onde as composições e os destaques são os personagens das histórias (ou estórias).



*Como se julga?
Os carros alegóricos devem estar bem apresentados e dentro da proposta do enredo (fiel ao tema). Observa-se também o acabamento, a criatividade, o efeito, o contexto, as esculturas, a beleza e os destaques.
Luxo e originalidade ajudam.
E principalmente o aproveitamento (do enredo, do material e dos meios disponíveis).



*Como se faz?
O primeiro ingrediente é um chassi de caminhão ou de ônibus.
Ai um batalhão de membros da escola de samba trabalha pelo menos dois meses para transformar essas carcaças em carros alegóricos que podem chegar a custar perto de 100 mil reais.
Claro que existem também adaptações e soluções para o barateamento.
Para se ter uma idéia de como isto acontece: o trabalho começa com mecânicos que adaptam a suspensão do chassi, para receber todo o peso que vai por cima.
Ferreiros, então alargam a estrutura em 50% para deixá-lo mais espaçoso. Depois, carpinteiros moldam o acabamento de madeiras, que dá forma ao carro.
Ai vem à parte artística do trabalho: os profissionais que esculpem as alegorias em peças de isopor.
Outros laminam fibra de vidro que vão em construções mais complexas, como as extravagantes construções que cobrem os carros mais luxuosos.
Há ainda a pintura, forração e a decoração, que deixam aquele “velho chassi” com cara de palácio de Versailhes.
Somente então entram em cena a tecnologia, uma equipe de cerca de 12 pessoas cuidarão dos efeitos especiais, eles instalam a iluminação (luzes, néon, estrôbo, etc.) e a pirotecnia alem de programarem o acionamento disso tudo no computador de cada carro (esses efeitos são basicamente combinações entre lâmpadas coloridas e alegorias articuladas).
Porem na maioria das vezes, os carnavalescos apelam para soluções mais simples e econômicas, como coreografias e as alegorias que movem manualmente, sistemas assim são menos sujeitos a falhas que as engenhocas motorizadas, alem disso espera-se do profissional de carnaval competência para evitar e driblar as dificuldades.

A base do trabalho
A estrutura de um carro alegórico é nada mais que um chassi de caminhão alongado. Um chassi que tenha originalmente 8 metros de comprimento, em geral, fica com 12 (por 10 metros de largura).
Mas algumas escolas exageram e esticam o carro ate 20 metros.
Outras juntam mais de um chassi para fazer um carro só.
A altura dos “carros” atuais também é outro fator impactante, porem é necessário bom senso, para se estar estruturado nos fatores de logística, operacionalidade e principalmente segurança.
Quase ninguém repara, mas todo carro alegórico tem um piloto
Ele geralmente fica oculto sob adereços, mas nada que atrapalhe sua visão, claro.
O “cockipit” é um buraco na parte frontal da cobertura de madeira, onde fica o volante e os pedais do chassi original.
Nos carros cariocas (motorizados) há pedal de acelerador, nos paulistanos, só volante.
Obviamente para a realização de um trabalho deste tipo há a necessidade de pessoal antenado com o carnaval e as rotinas de um barracão de alegorias, pois este tipo de atividade tem capacitação cumulativa (ou seja, se aprende desenhando, fazendo, errando, corrigindo e acertando) quer dizer, o profissionalismo vem da pratica e do conhecimento.
Outro detalhe, não muito óbvio, mas igualmente importante é qualidade do senso estético e criativo do carnavalesco, caso contrário todo o trabalho terá um efeito primário (de coisa mal-feita, pouco pensada e sem calculo) a sensibilidade do traço é fundamental, do desenho ao último retoque.
Na ausência do recurso financeiro e de materiais (destaques, esculturas, adereços) deve se ter atenção ainda maior ao acabamento (forração, pintura e enfeites), pois tudo fica muito mais visível e é competência do carnavalesco busca alternativas.